Para entender isso é importante entender antes a história do dinheiro. Como ele surgiu?
O mundo antigamente, para realizar o comércio utilizava o escambo, ou sistema de troca. Se você produzia arroz e queria trocar por açúcar “pagava” sacas de arroz por uma quantidade menor do outro item, uma vez que os itens tinham “valores” diferentes.
Mas como essa troca tinha um valor subjetivo o comércio era algo extremamente precário. Não existia originalmente uma unidade de troca e a medida era o peso entre dois elementos.
À medida que determinadas mercadorias ganharam mais ênfase, sendo aceitas por todos, essas viraram moedas-mercadorias.
Mas em tudo isso existia um grande inconveniente, as mercadorias apresentavam oscilação de valor e nem toda mercadoria podia ser fracionada (animais, por exemplo), além de serem perecíveis.
Em virtude disso, o homem resolveu utilizar o metal – cobre, bronze, prata e o ouro – como moeda de troca e depois a cunhagem em ouro,prata e cobre, cujo valor em metal equivalia ao valor em mercadoria, ou seja, 10 gramas de uma moeda em ouro equivalia ao mesmo valor em outro produto.
E isso não é o mesmo que hoje? A resposta simples é não. O valor, mesmo das moedas metálicas não equivale ao valor do metal, os valores são definidos pelo governo. Uma moeda de metal vale algumas vezes mais e outras vezes menos do que a quantidade de metal presente na moeda, considerando ai também o custo de fabricação.
E o papel moeda? O papel moeda, assim como a moeda em metal, hoje não representam nada. Antigamente, existia algo chamado lastro.
Começou com a operação bancária, onde as moedas em metais preciosos eram pesados e guardados sendo entregue certificados de depósito para os titulares das moedas, tornando-se assim, papéis-moedas.
Depois disso, os reis, notando que poderiam ter esse valor em metais em seus cofres, determinaram que esses metais recolhidos fossem substituídos por representações em papel.
Note, que até esse momento ainda existia uma correspondência entre o papel e o metal, ou seja, existia um lastro onde 1 unidade de papel era igual 1 unidade de metal.
Contudo, com a “evolução” a idéia de moeda lastreada se perdeu e hoje essa idéia é uma lembrança na maioria dos países.
O que permite que a economia continue fluindo no mundo é a garantia dos governos de aceitabilidade. Eu, você e todos no Brasil, por exemplo, somos obrigados a aceitar o REAL como moeda oficial. O mesmo acontece nos EUA com relação ao dólar.
Note, que como Bento XVI disse ´o dinheiro desaparece, ele não é nada”, por isso, que em crises os mais velhos sempre dizem que o que vale é terra, pois a terra é um patrimônio tangível e real, não evapora como ações ou dinheiro.
Isso quer dizer que vamos jogar dinheiro fora ou deixar de investir em ações?? De forma alguma! Enquanto a ilusão durar e todos aceitarem papel-moeda e operações virtuais eletrônicas (em que você nem vê a cor do dinheiro) estamos aqui! Afinal, essa doce ilusão ainda continuará por muitos e muitos anos, até que alguém tenha outro pulo do gato econômico.
Mas que é de se pensar e refletir, sem dúvida. Inclusive no âmbito dos investimentos.